Si preferís leer este texto en español, te dejo la traducción aquí.
Escrevo como um beija-flor, esvoaço daqui pra lá, olho pra tela em branco e logo pros lados, e logo volto, e logo vou embora novamente.
Não sou boa em focar em uma coisa por vez.
Escrevo de a pouquinhos, coloco algumas palavras no papel, logo me distraio. Escrevo um tantinho mais, olho pela janela, tomo outro mate, volto a escrever.
Escrevo assim, indo e vindo, a atenção como um pêndulo que me leva de um lado pro outro. Me aproximo daquilo que quero contar, transformo um punhado de ideas em palavras, e isso é tudo que consigo antes de algo me puxar pra longe.
Me deixo ir, é mais fácil assim…
Me desconecto do texto por alguns minutos, vejo algo no celular, escuto um som que não identifico, observo as cores do sol refletido no chão da sala, sou espectadora da vida ao meu redor por um momento…. Então, novamente, sou empurrada de volta pras palavras, pro conto, pro contar.
Escrevo como um passarinho que bate suas asas freneticamente, sempre buscando um lugar melhor, uma vista melhor. Tão maravilhado pelo mundo que encontra dificuldade em ficar parado quando há tanto por ver e fazer.
Às vezes, raras vezes, o passarinho pousa e ali permaneço por horas submersa naquilo que quero escrever. São momentos raros, mas juro que acontecem. É estranho, mas bom. Me sinto mais tranquila e me torno muito mais produtiva. Cedo ou tarde o comichão que faz o passarinho querer levantar vôo retorna e logo estou deslocando-me pelas tarefas, procurando a próxima coisa que ganhará minha atenção.
Não sei se isso é resultado dessa vida moderna, desse excesso de telas e informação, dessa selva digital comandada pelo multitasking. Acho que em parte é por isso sim. Mas também acho que essa é minha forma de viver a escrita, como se fosse um pedaço meu que tenho que domar com paciência. As palavras são tão frágeis, tão etéreas, que qualquer movimento brusco pode aniquilá-las; por isso vou com calma, com gentileza, devagar, lentamente. As reúno e as organizo com suavidade, sem assustar, no tempo delas.
Devagar e sempre, faço o que é preciso. Conduzo as palavras ao texto que será sua gaiola dourada.
Mais leituras que abraçam:
✍️ As coisas que eu não faço por
Hoje quero conversar um pouco sobre o que a gente carrega conosco e nem nos damos conta, ou sequer enxergamos. Às vezes, precisamos de um outro olhar, de outro observador, para apontar algo ao qual já faz tão parte da gente que nem conseguimos mais disassociar.
📖 Histórias inacabadas
Tenho várias delas
Talvez porque começar
Seja mais simples
Que terminar
💪 mulheres escritoras brabas felizes
escrevo nas brechas, entre reportagens, arrumação da casa, fraldas e tetês. este texto estava no instagram, mas gostei e trouxe para cá. é importante sentirmos orgulho da nossa escrita.
Novembro foi sobre:
📺 Outra vez falaram de Mulheres no Youtube, essa vez foi no canal da Senhora Literatura
🎙️ Esse episódio de La Cruda, um podcast argentino de entrevistas que recebeu a escritora Mariana Enriquez - diva do terror e do misticismo. Bom demais.
📚 Os dois primeiros livros da série Blackwater, que li num piscar de olhos. Boa opção pra quem gosta de realismo mágico e histórias de horror.
🍻 Confraternizações e mais confraternizações. Novembro já começa aquela sensação de fim de ano e as reuniões entre amigues estão à pleno vapor!
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Sempre preciosa nas palavras e muito lisonjeado de ver um linque meu aqui, abração :]
Eu também não consigo focar em uma coisa por vez, quando preciso, é uma luta, geralmente leio 3 livros ao mesmo tempo, escrevo duas, três coisas e vou levando hehehe
agora que estou aparando as arestas de uma noveleta que escrevi e preciso de foco, meu Deus hahahah