Si preferís leer este texto en español, te dejo la traducción aquí.
Não tenho me sentido muito inspirada recentemente. Bloquieo criativo que chama, não é? Realmente, me sinto bloqueada. Não tenho escrito nada que realmente goste, que realmente me faça sentir orgulhosa. Aqui e ali tenho momentos de iluminação e escrevo algo que acho minimamente interessante, mas no geral a coisa anda bem devagar.
Pra piorar, continuo encontrando cada vez melhores autores e autoras por aí. Nos livros que leio, nas newsletters que encontro aqui no Substack… Como tem gente boa escrevendo! E isso, algo que normalmente me inspira, hoje me deixa com inveja. Queria escrever tão bem como esse pessoal que admiro e não sinto que tenho o que é preciso. Me falta talento, paciência e, ultimamente, até vontade.
Sei que estou sendo dramática, mas o que posso fazer? Às vezes é preciso se dar esse espaço de drama queen. Deus sabe que eu, que sempre estou firme e forte mesmo nos momentos mais difíceis, mereço um tantinho de autocomiseração de vez em quando.
Até porque, quem sabe desabafando eu consiga me sentir melhor. Não foi por isso que comecei a escrever anos atrás, quando ainda era criança e usava o diário em vez de um computador? Pra dizer o que sentia, pra dar vazão às emoções que sempre me deixaram doidinha?
Não sei exatamente porque me sinto assim, vazia de palavras e boas histórias. Talvez não exista uma única razão, mas várias delas. Perdas, cansaços, dúvidas, medos. Talvez todas essas coisas que me machucaram nesses últimos meses afetaram até a minha escrita ou ao menos a forma como eu a vejo.
Minha mãe diria “pare de se comparar com os outros”. Minha psicóloga faria um milhão de perguntas incômodas. Minhas amigas falariam “miga deixa de ser louca”. Tudo isso corretíssimo, mas nada disso útil. Pelo menos não agora.
O que fazer? Não consigo ficar quieta, preciso encontrar uma solução pros problemas, tanto os alheios como, neste caso, os próprios. É difícil pra mim simplesmente estar, simplesmente sentir. Preciso estar na direção de algo, preciso sentir com algum propósito. Não me reconheço nesse estado de bloqueio, não é aqui que quero ficar. Mas também não sei pra onde ir.
Então continuo lendo esses textos tão bem escritos, esses livros tão bem feitos. Me jogo na literatura que não é a minha, me alimento das palavras de outras pessoas, reflito com elas, deixo que elas me preencham já que as minhas próprias palavras parecem ter me abandonado. Vivo outras realidades, choro com elas, rio com elas, tento esquecer um pouquinho da minha vida por meio delas.
Enquanto isso, rezo pra que em algum momento essa inveja volte a ser saudável admiração e que eu volte pra mim mesma. Não preciso me sentir super mega segura de si, mas quero ao menos contar com aquela singela confiança de que escrever me faz bem, de que gosto de escrever e gosto do que escrevo. Ontem mesmo li esse post da
e relaxei um pouco. Não preciso da pretensão de bater metas ou ser a número 1, não preciso de ilusões de grandeza. Simplesmente quero sentir que mereço estar aqui, ao lado de toda essa comunidade de apaixonados/as pela escrita. Somente quero sentir que pertenço e me sentir menos sozinha.Você também já se sentiu assim? Como lida com o famigerado bloqueio criativo? Ando precisada de dicas, então se puder deixe sua opinião nos comentários e ajude essa pseudo-escritora confusa!
Mais leituras que abraçam:
✍️ Quando não escrever se torna fácil
Um dia não escrevo porque fiquei muito ocupada no trabalho. Dois dias, não escrevo porque tive tantos compromissos que não deu tempo. Três dias, bateu aquela preguicinha e não rolou. Quatro dias, fiquei enrolada com um curso que estou fazendo. Cinco dias, me sinto tão cansada que simplesmente não dá. E assim já passou quase a semana inteira…
📚 Vida intelectual
Livros. Passo tanto tempo com eles que posso dizer que são meus amigos mais íntimos. É a consequência de se ter escolhido uma "vida intelectual". Mas do que se trata essa vida?
🕰️ Quem diria que o tempo realmente cura tudo…
Meus textos seguem geralmente a mesma regra, eu falando de algo que deu totalmente errado e parecia ser o fim da minha vida e logo depois eu apareço dizendo que vai ficar tudo bem, e geralmente fica. Até se passar uns meses e eu vir reclamar em outro texto sobre algo que deu errado e que parece o fim da minha vida.
Fevereiro foi sobre:
❤️ Ir pro meu Brasil maravilhoso! Dias de muito amor e carinho da mamis e do irmão, comidinhas gostosas, ver Ainda Estou Aqui, só coisa boa…
📖 Ler, com destaque pra nossa literatura nacional com Pequenas Ausências, da Dayanne Dockhorn, e Quarto de Despeja: Diário de Uma Favelada, da Carolina Maria de Jesus.
☕ Desacelerar, ou ao menos desejar isso quando vejo os vídeos desse amigo que somente se grava tomando um cafezinho. Só isso mesmo.
📻 Ficar viciada nessa música do Alex Warren que está uma febre no booktok. Boa pra qualquer trilha sonora de romance, com toda certeza!
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Amiga, queria eu estar bloqueada e lançar um belo texto sobre bloqueio 😅😅😅 você escreve deliciosamente bem, não importa a circunstância.
Quando estou assim (tipo, agora) eu fico só lendo, apreciando, e às vezes arrisco algumas palavras, ainda que sem grandes intenções.
Amei o cafezinho do cara!
amiga, também estou nessa. e meu caso é ainda mais grave, pois não estou conseguindo embalar bom ritmo de leitura nesse início de ano.
mas uma hora passa.
eu li esse notes de Aline e me fez um bem danado.
um beijo, Regie!!