Si preferís leer este texto en español, te dejo la traducción aquí.
Onde está a poesia? Somente na literatura dos e das grandes poetas?
Ou será que a poesia pode ser encontrada de forma mais sutil em outras criações e atividades?
Comecei a pensar nisso outro dia, quando li esse texto da Renata Pereira, e me encantei com o conceito da experiência poética:
(…) é nessa repetição que enxergamos o mundo pelos olhos de Hirayama — e o mundo, para ele, é uma experiência poética (algo que é expresso apenas pelo olhar e forma como ele se relaciona com o ambiente, sem diálogos expositivos ou palavras).
Nesse texto, Renata analisa o filme Dias Perfeitos e fala sobre “poesia sem poema”, ou seja, traços do poético que podemos encontrar fora dos versos. No caso do filme, a poesia se encontra na forma como o protagonista enxerga a vida e sua forma de interagir com o mundo.
Fiquei reflexiva sobre o que seria uma experiência poética para mim. Será que também existe poesia na história que é a minha vida?
Não é difícil perceber que sim. Consigo pensar em várias situações nas quais a suavidade e o ritmo da poesia acompanhou minhas ações, emoções ou pensamentos. Inclusive no momento em que essa news nascia, me sentia especialmente poética.
Escrevi esse texto em casa, num final de tarde dourado daqueles que marcam o início do verão aqui no sul do continente. Era feriado - nada menos poético que um dia útil de 9h às 18h, não é mesmo? Enquanto escrevia, escutava alguma playlist indie do Spotify, trilha sonora ideal pros meus momentos de escrita. É verdade que usava o computador ao invés de escrever à mão, uma escolha que seria muito mais poética, sem dúvida. Mas ainda assim, havia poesia no som da música mesclado com o ventinho que entrava pela janela. Havia poesia nos meus cabelos bagunçados de quem passou o dia fazendo só o que quis, sem responsabilidades nem horas marcadas. Havia poesia na xícara de chá que meu companheiro trouxe pra mim, assim como no beijo suave que me deu antes de sair. Havia poesia - há poesia - o tempo todo.
Talvez uma experiência dependa somente da nossa percepção para ser poética ou não. Se escolhemos ver o que nos rodeia com olhos curiosos, divertidos, olhos como os de Hirayama, que procuram beleza até mesmo nos cenários mais cinzentos, encontraremos poesia.
Há poesia nos nossos lares, na forma como cuidamos deles, na forma como cuidamos de nós. Há poesia nos amores que nos entrelaçam, nos vínculos que nos mantêm apegadas a essa terra tão dura, tão massacrante. É a poesia que vivemos e respiramos que nos permite seguir em frente mesmo com as maiores dificuldades, mesmo com medo, mesmo com dúvidas, problemas e pressões. É saber que existe luz no fim do túnel, é a esperança que somente uma boa dose de poesia nos proporciona que nos move.
Poesia é graça, é encanto, é arte. E quer algo mais artístico do que o ser humano e seus inventos, suas ideias, seu sentir?
Onde estivermos, haverá poesia.
Mais leituras que abraçam:
➰ Intercâmbios infinitos
Algumas coisas que leio despertam em mim uma vontade de recitar, de compartilhar com os demais ou mesmo com uma sala vazia o ensinamento por detrás das palavras. Sou da opinião de que algumas frases precisam sair do papel (ou da tela) e ganhar o mundo dos sons! Ficam mais poderosas assim.
📐 Consigo rimar?
Admiro as pessoas Que escrevem com rimas. A minha poesia Sempre foi mais desordenada. Seus sons não combinam. Métricas? Nem sei por onde começar.
🤗 Eu quero uma vida de afetos
Quando conhecemos alguém, falamos coisas profundas ou amenidades, mas queremos algo mais. Esperamos das nossas relações que haja uma espécie de conexão, de troca, de comunicação.
O nome disso é afeto.
Outubro foi sobre:
⭐ Ver meu livrinho nesse vídeo fofo da Duda Menezes.
📘 Muita leitura! Meus preferidos do mês foram “Em agosto nos vemos”, de Gabriel Garcia Marquez, e “Sonhei que a neve fervia”, da Fal Azevedo (inclusive a última news foi sobre esse livro mara).
🍷 Viajei pra Mendoza, na Argentina. Muito vinho deli, comida rica e vistas incríveis! Fotinhas aqui.
🎵 Conheci a música da Emei no tiktok e já estou fã do seu perfil no Spotify. Música pra cantar junto, bem pop e com muito esculacho de macho bobo. Perfeita!
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amei! é isso aí mesmo, "onde estivermos, haverá poesia", nós é que precisamos treinar nossos olhinhos:)
Eu amo esse filme e amei seu relato, Regiane!