Leia “Boy Dodói”📚
Livro sobre masculinidade tóxica e seu efeito tragicômico nas nossas vidas
Podés leer ese texto en español aquí.
Hoje venho recomendar uma pérola que fiz questão de comprar na minha última ida ao Brasil:
Sinopse: Boy Dodói é uma coletânea criada e editada por Bebel Abreu, Carol Ito e Helô D'Angelo, com HQs de Bruna Maia, Ale Kalko, Carol Ito, Tai, Helô D’Angelo, Lila Cruz, Marília Marz, Bennê Oliveira, Cecília Marins, Vitorelo e Luiza Lemos. A coletânea BOY DODÓI parte de histórias reais enviadas por centenas de pessoas e convida à reflexão sobre comportamentos machistas, sobretudo em relações afetivas. Afinal, o que é um Boy Dodói? É o homem cis criado de forma doente pelo patriarcado, que reproduz atitudes ligadas à irresponsabilidade afetiva, falta de honestidade, manipulação, egocentrismo, ausência de noções básicas sobre como estar em uma relação sem ser um grande machista, entre outros comportamentos que causam sofrimento a quem se relaciona com ele.
Li Boy Dodói em um único dia. Flui que é uma beleza! As histórias em quadrinhos são de leitura rápida e é impossível não se identificar com vários dos relatos que o livro retrata. Essa obra é a verdadeira definição de que de algumas coisas é preciso rir pra não chorar.
Conheci o projeto no Instagram de uma das editoras e logo comecei a acompanhar o processo de criação desse maravilhoso retrato da masculinidade tóxica e seu efeito em nossas vidas.
Por que ler “Boy Dodói”?
Primeiro que o livro é uma lindeza. São 11 histórias ilustradas por 11 artistas diferentes e cada uma retrata o que quer contar com seu estilo único. Temos histórias em tons mais sóbrios e outras cheias de cor, com traços suaves ou mais contundentes, com poucas palavras ou uma enxurrada delas, e por aí vai.
As histórias são reais e vieram de diferentes colaboradoras, mulheres com vontade de contar pro mundo as coisas mais absurdas que já tiveram que presenciar. Cada relato traz reflexão e bom humor na mesma medida. São narrações que muitas de nós já vivemos ou ao menos escutamos na roda de amigas. Nas HQs vemos representados diferentes tipos de boys dodóis, que na explicação das editoras serian aqueles homens “adoecidos pelo patriarcada”. Eles reproduzem atitudes machistas para manipular suas companheiras, afetar sua autoestima, fazê-las sentir culpa, etc. Conhecemos relatos de homens que esperam que a mulher sempre limpe suas porquices, que aceite suas violências; caras que fazem o mínimo e já se acham, e por aí vai.
Uma das histórias que eu mais gosto se chama Troféu Lésbico, e conta o relato de uma jovem que vive uma relação tóxica com um boy dodói que acredita ser a verdadeira “cura lésbica”. Um verdadeiro idiota! Mas o final é feliz, como todos os relatos, porque mostram a fortaleza das mulheres protagonistas dessas histórias e como se afastaram dos boys dodóis antes que fosse tarde demais.
Além disso, sempre vale a pena apoiar um projeto de artistas brasileiras contemporâneas. No final do livro inclusive encontramos as bios de todas as quadrinistas e como conhecer mais dos seus trabalhos.
Por que não ler?
Alguns dos relatos podem ser gatilho para pessoas que já viveram situações similares. Se você já viveu alguma relação tóxica, dê uma olhadinha no prefácio pra ver do que se trata a obra antes de se jogar.
Mais sobre o livro:
Deixo alguns conteúdos que trazem mais info sobre o livro. Cuidado com os spoilers!
As editoras de Boy Dodói como a Helô D’Angelo estão sempre compartilhando pedacinhos das HQs no Instagram. Pra ter um gostinho antes de comprar o livro!
Um mini-texto lá do Medium que traz info sobre o “Boy Dodói”, assinado por duas editoras do projeto.
Compre o livro aqui!
“Nessa dura jornada, concluímos algo bom: justamente pelo fato de essas vivências serem comuns, podemos nos unir. Nesse sentido, a coletânea Boy Dodói pretende ser uma publicação que ofeerece acolhimento, leveza e afeto para as vítimas desses homens, um espaço de riso e choro compartilhado que tem potência de fazer as coisas mudarem.”
Bebel Abreu, Carol Ito e Helô D’Angelo, as editoras de Boy Dodói